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Eu” uma fugidia... fugi da caixinha de recordações desta blogista...“Sou” uma das dez ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL, Piódão aldeia de referência nacional. “Fui” classificada como Imóvel de Interesse Público em 1978.

Muito antes do homem ter criado obra, “senti” que o deslumbre da natureza sempre “me” tomou ao colo, onde sempre senti carinho.
O “meu” enquadramento natural é entre as serras do Açor a de Lousã e a Serra da Estrela, o que origina que tenha desníveis acentuados. “Sou” um local ainda muito no meu estado natural, dado que a intervenção humana não é fácil nesta região. Os vales que “me” rodeiam são muito profundos com água abundante e muita vegetação que se resume quase exclusivamente de pinheiros, carvalhos e castanheiros.

Em “meu” redor existem percursos que levam pessoas corajosas até ao alto da serra de São Pedro do Açor, o local mais elevado da zona. Estes percursos passam ainda à aldeia de Chãs de Égua e à Mata da Margaraça Reserva Natural Parcial integrada na Paisagem Protegida da Serra do Açor.
Sempre “vi” pessoas com medo do perigo do meu maciço e montanhoso conteúdo, mas felizes com muitas madrugadas a trabalhar suas terras, a natureza inspirou-lhes um grande amor por mim. “Eu” é que sei o quanto me amam.
“Sou feliz”, mesmo sem ser pessoa… e não existiria sem esse povo...tão verdadeiro.
“Sou” assim ao longe...Se “me” virem ao longe. “Sou assim” uma aldeia que cabe na palma da sua mão e se chama Piódão. Pareço perdida no som das palavras de quem não “me” desconhece. Para os que “me” conhecem jamais esquecem, o silêncio que só a natureza sabe sussurrar.
A “minha” Ribeira...
“Estou” na confluência das Barrocas da Várzea do Bago e da Manjaneira locais com influência no nascer da “minha” Ribeira de Piódão. Ela “passa por mim” e em vez de se perder pela serra, como outrora, hoje corre em silêncio escasso. E é memória nos ouvidos de quem o tempo vai esquecer.
“Passo horas a olhá-la” cheia de pena, por estar a perder o seu manto de espuma que antigamente deslizava nela.
“Posso dizer-vos” que era a doce carícia em leito possuído pela ingénua natureza. É esta a “minha” ribeira.
“Sou assim” com neve, de dia e à noite“Sou como uma velhinha” de cabelos prateados adornados de ouro valioso de grandes lições de vida. É assim que a neve “me” pinta. A natureza “faz de mim” um autêntico presépio de xisto
que a vontade humana não decidiu .

E quando a noite cai “põem-me” a beleza mais abusada que alguma mulher terá aos olhos de um homem. Se “me” olharem, à distância “eu” pareço, uma autentica abobada celeste.
Um dia destes eu vou continar a falar de "mim".Por ora me despeço de quem me lê desejando muitas felicidades.Desta encantadora ALDEIA DE PIÓDÃO que espera a vossa visita.